Por que prolongamos dores inúteis?


Cultuamos em nosso íntimo a insatisfação pelo que fizemos ou deixamos de fazer no decorrer de nossas vidas. Reprovamos palavras ou até mesmo algumas de nossas atitudes passadas que nos trouxeram mágoas. Muitas destas sensações nos acompanham ao longo de nossas vidas trazendo frustrações com mais ou menos intensidade.

O que difere tudo isto é a forma com que lidamos com estas sensações, podemos usar nossas frustrações como forma de amadurecimento e crescimento pessoal, mas podemos utilizá-las tabém como forma de chamar a atenção para nós mesmos, nos colocarmos na posição de coitados para que sintam pena de nós.

Há várias formas de lidarmos com as dores antigas, geralmente elas retornam em momentos de maior fragilidade, insegurança ou medo, de modo que é difícil distinguir o que realmente pertence ao passado ou ao presente. É necessário separar as coisas, antes que estas sensações se solidifiquem ocupando espaço daquilo que deve ser resolvido.

Geralmente utilizamos a dor e chegamos até tirar algum prazer dela, inclusive, provocamos esses episódios, tornando eles parte de nós. Chegamos então ao nível tal que perdemos a dimensão da dor e a imaginamos tão imensa que acreditamos sermos incapazes de abrandá-la.

As dores até podem ser revividas, mas para encarar questões mal resolvidas, nem que para isto seja necessário recorrermos a profissionais. Inútil é acalentar dores inúteis e ainda saboreá-la como se saboreia um prato quente no inverno.

Se permitirmos que a dor passe a tomar lugar de outras formas de prazer, paremos então de reclamar da dor, mas se decidirmos tirar dos ombros este peso e levarmos a vida com mais humor, a vida se torna mais bela.

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